Descobri a fissura labiopalatina no pré natal

Com 16 semanas de gestação, eu fui feliz fazer um ultrassom para ver qual seria o sexo do bebê. Eu já tinha feito exame de sangue (sexagem fetal), e no exame tinha dado menino. Mas antes de contar para a família eu queria ter certeza. E fomos pro exame de imagem.

O exame correu bem, estávamos felizes, acompanhamos cada momento do ultrassom, mesmo sem entender muito bem, e no final do exame, meu marido estava gravando e o médico pediu para parar a gravação que ele iria conversar conosco. No mesmo momento já comecei a suar frio.

Ele explicou da forma mais humana possível, acolheu, mostrou, e disse tudo o que poderia dizer sobre o assunto, tudo o que sabia, e tentou de todas as formas me acalmar. Mas eu fiquei muito em choque.

Meu marido aceitou rapidamente, ele é prático, perguntou pro médico tudo o que pôde, e disse logo que a situação estava alí, só restava aceitar e resolver. Eu só entendi isso no dia do nascimento, mas a realidade é essa mesma! Não tem o que fazer, e o ditado é antigo: “o que não tem remédio, remediado está”. Hoje eu entendo que ele não apenas prático, mas foi forte. Ele sabia que eu precisava de alguém do meu lado que não estivesse chorando o tempo todo, se culpando e se lamentando. Eu já estava fazendo isso.

Nos demais exames seguimos com esperança de um milagre, uma novidade, mas nada aconteceu. Todos os meses, em todos os exames, não tínhamos apenas a confirmação, como também a noção da extensão da fenda, e o máximo de detalhes dele todo, porque com esse diagnóstico, naturalmente vieram outras preocupações.

Descobrir na gravidez, ou no parto, são situações difíceis, cada uma ao seu modo. Se por um lado a gente antecipa uma “surpresa”, por outro lado também passamos uma gestação na incerteza, na dúvida se existem outros problemas, e com uma ansiedade imensa.

Graças a Deus tudo correu bem, e de muitas dores emocionais que eu passei na gestação, nenhuma delas teve relação com o atendimento, as equipes e os médicos e médicas que me atenderam. Me sinto abençoada por ter encontrado eles no meu caminho naquele momento!

Em Cuiabá – Mato Grosso, fui atendida e acompanha pelos seguintes médicos:

Pré Natal: Dra. Juliana Abraão – Clínica INTRO

Ultrassom: Dr. Rogério Caixeta – Ultra Prime

Psicóloga: Fabiane Espíndola

Equipe Multidisciplinar de Fissuras: HG Cuiabá (Dra. Yolanda, Dra. Carla)